MAM abre neste feriado (15) com lançamento do Livro e Filme UTOPIAS e DISTOPIAS
O Museu de Arte Moderna (MAM Bahia), abre normalmente amanhã (15), no feriado do Dia da Proclamação da República com lançamento do Filme e doCatálogo da exposição‘UTOPIAS e DISTOPIAS’. Duas sessões do filme serão realizadas no Cine MAM, a primeira às 18h e a próxima às 19:30h. A entrada é gratuita. 'UTOPIAS e DISTOPIAS' foi uma provocativa mostraque abriu no MAM em 7 de setembro de 2022, data da Independência do Brasil, e agora tem o lançamento do seu filme e catálogo, propositadamente, na data máxima da República brasileira, 15 de novembro.
De acordo com o curador da mostra e atual diretor do Museu de Arte Contemporânea, Daniel Rangel, UTOPIAS e DISTOPIAS marcou o fim deuma tríade de exposições realizadas pelo MAM desde a sua reabertura na pandemia do Covid, que formam um só discurso de consciência e luta pela Arte. A proposta foi realizar um diálogo entre o acervo do MAM e a arte contemporânea brasileira, com pinturas, gravuras, vídeos e instalações.
TRILOGIA e FILME –“Essa exposição encerrou uma trilogia inspirada no legado de Lina Bo Bardi, primeira diretora do MAM e autora do restauro do Solar do Unhão, e em mostras que ela realizou e também que não chegou a realizar”, revela Daniel. Ele relembra as três exposições: “Primeiro foi ‘O Museu de Dona Lina’ aberta de agosto/21 a fevereiro/22, depois ‘Encruzilhada’ de abril a agosto/22 e ‘UTOPIAS e DISTOPIAS’ de setembro a novembro/22”, conclui. Agora,um ano depois, são lançados o Catálogo e o Filme dessa importante mostra.
O filme de 65 minutos é dirigido pelo cineasta Pola Ribeiro, atual diretor de Museus do IPAC e na época da exposição, diretor do MAM. “Empreendemos todos os esforços para reabrir o MAM em 2021 na pandemia do Covid, contando com uma equipe bem enxuta, mas extremamente comprometida e dedicada”, conta Pola. Desde então, realizaram exposições, importantes atividades educativas e várias residências artísticas. “O filme mostra o processo para a realização de UTOPIAS e DISTOPIAS, exibindo as etapas, o resultado e depoimentos”, completa.
O catálogo tem 172 páginas, formato de 19cm X 26cm, capa dura, policromado, fotos dos espaços expositivos do MAM e das obras de arte da mostra. Dentre os cerca de 120 artistas participantes da exposição/catálogo/filme estão Alfredo Volpi, Flávio de Carvalho, Manabu Mabe, Augusto de Campos, Leda Catunda, Maria Bonomi, Carlos Scliar, Anna Bella Geiger, Siron Franco, Cildo Meireles, Paulo Bruscky, Lenora de Barros, Arnaldo Antunes, Dedé Lins, Laryssa Machada, Berna Reale, Rodrigo Braga e muitos outros. Dentre os baianos e nordestinos, Jenner Augusto, Fernando Coelho, Rubem Valentim, Cícero Dias, Jamison Pedra, Sérgio Rabinovitz, Vauluizo Bezerra, Renato da Silveira, Almandrade, Pedro Marighella, Jean Wyllys, Vinicius S.A., Augusto Leal, Coletivo GIA e outros.
DEMOCRACIA e LIBERDADE –O momento da exposição em 2022 mostrava um cenário de destruição da cultura e das artes no Brasil, provocada então pela própria gestão do governo federal à época. “Para além da discussão conceitual dos graves momentos históricos – utópicos e distópicos – que vivenciamos, traduzidos na arte nos últimos 100 anos, devo destacar e homenagear a vontade e a obstinação de técnicos, artistas e especialistas, trabalhadores da cultura e da arte, que lutaram e se posicionaram com suas utopias artísticas, enfrentando as distopias impostas ao longo de um século, assim como, aos trabalhadores do MAMBahia, que resistiram e resistem até os dias de hoje”, relata Pola Ribeiro.
O curador Daniel Rangel, esclarece que a mostra tratou ainda da circularidade do tempo histórico no Brasil, sobre um passado almejado que quase aconteceu e um futuro temido que não queremos voltar. “A proposta foium ato de reflexão poética contra um momento em que a Democracia, a Constituição, as Instituições e a Liberdade de expressão estavam sendo ameaçadas”, esclarece.
O dia emblemático de Sete de Setembro para o lançamento foi escolhido propositadamente como alerta e provocação. Para Daniel Rangel a proposta foi revelar sonhos e preocupações de diferentes gerações e contextos, ressaltando heranças e atualizações, formais e informais, no campo das artes e fora dele. “Realizações utópicas e distópicas que se confundem como opostos que se atraem. Poéticas que reagiram aos sistemas vigentes, tanto o artístico, quanto o político, o econômico e o social”, conclui o curador.
O MAM foi criado em 1959. Em 1960 a sua criadora e primeira diretora (1959-1964), a ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992) faz a primeira exposição do museu no foyer do Teatro Castro Alves e em 1963 a primeira exposição já no complexo arquitetônico do Solar do Unhão. Originário do século XVII e restaurado pela própria Lina, o complexo arquitetônico onde está o museu, às margens da Baía de Todos os Santos, é tombado como Patrimônio Nacional pelo IPHAN desde 1943.
O MAM-Bahia é uma referência nacional e internacional, com cerca de 1,5 mil obras – modernas, contemporâneas e populares – no seu acervo, promovendo periodicamente oficinas e residências artísticas. O MAM é um museu do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA). Informações via direct do instagram @bahiamam, site www.mam.ba.gov.bre telefones (71) 31176132 e 31176139 (segunda a sexta, 9h às 12h e 13h às 15h).
SERVIÇO:
O quê: Lançamento de Filme e Catálogo da exposição ‘UTOPIAS e DISTOPIAS’
Onde: MAM-Bahia (Avenida Contorno, s/n° - Solar do Unhão, Salvador, Bahia)
Quando: 15.11.2023, quarta-feira, a partir das 17:30h
Acesso: liberado
Secult-BA
14.11.2023
Foto | Utopias_e_Distopias_GeraldoMoniz