Travessia e O Beijo no Asfalto movimentam a cena teatral de Feira de Santana
No mês de maio, dois espetáculos feirenses estarão na agenda do Centro Cultural do Sesc. Nos dias 5 e 12 de maio, às 20 horas, a Coletiva de Teatro Insurgente retorna aos palcos com a apresentação de Travessia. Os ingressos podem ser adquiridos a R$20 inteira, R$10 meia e R$16 para Cliente Pleno. A peça teatral O Beijo no Asfalto estará em cartaz nos dias 25 e 26 de maio, no mesmo horário. Os valores dos ingressos são R$30 inteira e R$15 meia. A bilheteria do Sesc funciona de terça a sexta-feira, das 13 às 19 horas.
Estreada no teatro em 2021, Travessia é um manifesto artístico e político em defesa da vida em todos os sentidos, trazendo um coro de vozes e de linguagens em sua encenação. Com dramaturgia de Joel Carlos e Raphael Cardoso, o texto traz o cruzamento entre “A Gaivota” de Anton Tchecov, “Grande Sertão: Veredas” de Guimarães Rosa e a força xamã de Davi Kopenawa, porta-voz Yanomami e autor do livro “A queda do céu”. O espetáculo coloca em cena as forças esmagadoras que atuam no Brasil até os dias de hoje, propondo questões e possibilidades de futuro a partir da poesia, presente na interpretação dos atuadores, na sonoplastia, nas audiovisualidades projetadas e na iluminação cênica.
Travessia traz a contracenação da Feiticeira Gaivota (Débora Almeida), do Surubim Xamã Jagunço (Raphael Cardoso), do Rasgo da Voz (João Caetano), da música ao vivo (Ruan Alves e Ogã Maurício), das projeções (Rebecca Braga) e da poesia de luz (Gabriela Barbara). Para pessoas interessadas em apoiar o espetáculo Travessia e a Coletiva de Teatro Insurgente, o grupo está recebendo doações vitais via pix (producao.teatroinsurgente@gmail.com). Cada apoiador se torna também um co-produtor e estreita laços com artistas independentes e suas produções, contribuindo para o fortalecimento dos futuros trabalhos da companhia.
O Beijo no Asfalto teve sua primeira montagem em 2019, sendo apresentada como resultado de oficina de teatro no Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA/UEFS). A partir daí, o grupo continuou em processo contínuo de pesquisa e criação. Em 2020, a peça foi encenada em formato virtual através das redes sociais por conta da pandemia da Covid-19. Com texto de Nelson Rodrigues e direção de Kadu Fragoso, O Beijo no Asfalto entrega ao público uma atuação visceral diante de uma leitura profunda da sociedade brasileira apresentada pelo autor da obra. O elenco é formado por Ari Santana, Bianca Porto, Helio Pinto, Henrique Berto, Igor Santos, Larissa Silva, Lucas Brito, Mayra Nóbrega, Monalisa Barbosa e Pablo Dias.
Publicado nos anos 60, o texto de Nelson Rodrigues se mostra atual, trazendo temas bastante discutidos no cenário brasileiro, como as relações de poder atravessadas por questões de gênero e sexualidade. O Beijo no Asfalto é uma tragédia brasileira que apresenta personagens comuns do cotidiano e ao mesmo tempo emblemáticos, onde cada movimento feito por eles é fundamental para o desfecho inevitável da peça. O público poderá acompanhar a encenação lado a lado com as pessoas intérpretes. A apresentação contará também com pintura em tela ao vivo feita pela artista plástica Simone Rasslan.
Ambos os espetáculos possuem classificação indicativa de 16 anos.
A Coletiva de Teatro Insurgente
Localizada na sertaneja cidade de Feira de Santana (BA), a Coletiva de Teatro Insurgente tem como fundamento a linguagem antropofágica de Oswald de Andrade e a roseana, de Guimarães Rosa. Desde 2018 a companhia incorpora em seus trabalhos de teatro-ritual a música, as artes plásticas e a dança em processos de co-criação entre artistas.
A Coletiva iniciou seus trabalhos com a apresentação de Cenas Negras Insurgentes no Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Em 2019, a Coletiva realizou a primeira edição do projeto Conversação Cênica, além da apresentação de Leituras Dramáticas em Tempos Urgentes e a cena curta “Para Ver a Luz do Sol”. Em 2020, a Coletiva apresentou pela primeira vez a radiopeça Travessia, escrita em contexto pandêmico por Joel Carlos e Raphael Cardoso. Também lançou a Revista Miragem, projeto em formato audiovisual que promoveu bate-papos com profissionais das artes cênicas. No ano passado, Travessia ganhou um curta-metragem e estreou nos palcos.
A companhia conta com uma estação de rádio no Spotify (Rádio Coletiva) e um canal de TV no Youtube (TV COLETIVA de Teatro Insurgente), com interpretações de textos de autores como Conceição Evaristo, Marcelino Freire e Waly Salomão. A Coletiva de Teatro Insurgente também possui perfil no Facebook (@coletivadeteatroinsurgente · Produções teatrais) e no Instagram
(@coletivadeteatroinsurgente).
O Beijo no Asfalto
Não foi o primeiro beijo? Não foi a primeira vez? Arandir beija o homem, mas seu ato é fotografado por Amado Ribeiro, um repórter policial sensacionalista. Ao presenciar um atropelamento, Arandir, um bancário recém-casado, tenta socorrer a vítima, mas o homem, quase morto, só tem tempo de realizar um último pedido: um beijo. A cena é flagrada por seu sogro Aprígio e por Amado Ribeiro que resolve tirar proveito do episódio através do maior jornal impresso da cidade. Com o destaque do caso, Arandir se isola, sofrendo com a descrença de todos à sua volta, e se vê coagido a um destino que não consegue modificar.
Uma obra política, atemporal e necessária principalmente pelo atual momento que atravessa nosso país. Abuso sexual, homofobia, intrigas, falta de ética da imprensa, corrupção da polícia e crise familiar são os ingredientes desta consagrada peça de Nelson Rodrigues adaptada para uma Feira de Santana, para uma Bahia, para um Brasil do século XXI.
Estreada no teatro em 2021, Travessia é um manifesto artístico e político em defesa da vida em todos os sentidos, trazendo um coro de vozes e de linguagens em sua encenação. Com dramaturgia de Joel Carlos e Raphael Cardoso, o texto traz o cruzamento entre “A Gaivota” de Anton Tchecov, “Grande Sertão: Veredas” de Guimarães Rosa e a força xamã de Davi Kopenawa, porta-voz Yanomami e autor do livro “A queda do céu”. O espetáculo coloca em cena as forças esmagadoras que atuam no Brasil até os dias de hoje, propondo questões e possibilidades de futuro a partir da poesia, presente na interpretação dos atuadores, na sonoplastia, nas audiovisualidades projetadas e na iluminação cênica.
Travessia traz a contracenação da Feiticeira Gaivota (Débora Almeida), do Surubim Xamã Jagunço (Raphael Cardoso), do Rasgo da Voz (João Caetano), da música ao vivo (Ruan Alves e Ogã Maurício), das projeções (Rebecca Braga) e da poesia de luz (Gabriela Barbara). Para pessoas interessadas em apoiar o espetáculo Travessia e a Coletiva de Teatro Insurgente, o grupo está recebendo doações vitais via pix (producao.teatroinsurgente@gmail.com). Cada apoiador se torna também um co-produtor e estreita laços com artistas independentes e suas produções, contribuindo para o fortalecimento dos futuros trabalhos da companhia.
O Beijo no Asfalto teve sua primeira montagem em 2019, sendo apresentada como resultado de oficina de teatro no Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA/UEFS). A partir daí, o grupo continuou em processo contínuo de pesquisa e criação. Em 2020, a peça foi encenada em formato virtual através das redes sociais por conta da pandemia da Covid-19. Com texto de Nelson Rodrigues e direção de Kadu Fragoso, O Beijo no Asfalto entrega ao público uma atuação visceral diante de uma leitura profunda da sociedade brasileira apresentada pelo autor da obra. O elenco é formado por Ari Santana, Bianca Porto, Helio Pinto, Henrique Berto, Igor Santos, Larissa Silva, Lucas Brito, Mayra Nóbrega, Monalisa Barbosa e Pablo Dias.
Publicado nos anos 60, o texto de Nelson Rodrigues se mostra atual, trazendo temas bastante discutidos no cenário brasileiro, como as relações de poder atravessadas por questões de gênero e sexualidade. O Beijo no Asfalto é uma tragédia brasileira que apresenta personagens comuns do cotidiano e ao mesmo tempo emblemáticos, onde cada movimento feito por eles é fundamental para o desfecho inevitável da peça. O público poderá acompanhar a encenação lado a lado com as pessoas intérpretes. A apresentação contará também com pintura em tela ao vivo feita pela artista plástica Simone Rasslan.
Ambos os espetáculos possuem classificação indicativa de 16 anos.
A Coletiva de Teatro Insurgente
Localizada na sertaneja cidade de Feira de Santana (BA), a Coletiva de Teatro Insurgente tem como fundamento a linguagem antropofágica de Oswald de Andrade e a roseana, de Guimarães Rosa. Desde 2018 a companhia incorpora em seus trabalhos de teatro-ritual a música, as artes plásticas e a dança em processos de co-criação entre artistas.
A Coletiva iniciou seus trabalhos com a apresentação de Cenas Negras Insurgentes no Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Em 2019, a Coletiva realizou a primeira edição do projeto Conversação Cênica, além da apresentação de Leituras Dramáticas em Tempos Urgentes e a cena curta “Para Ver a Luz do Sol”. Em 2020, a Coletiva apresentou pela primeira vez a radiopeça Travessia, escrita em contexto pandêmico por Joel Carlos e Raphael Cardoso. Também lançou a Revista Miragem, projeto em formato audiovisual que promoveu bate-papos com profissionais das artes cênicas. No ano passado, Travessia ganhou um curta-metragem e estreou nos palcos.
A companhia conta com uma estação de rádio no Spotify (Rádio Coletiva) e um canal de TV no Youtube (TV COLETIVA de Teatro Insurgente), com interpretações de textos de autores como Conceição Evaristo, Marcelino Freire e Waly Salomão. A Coletiva de Teatro Insurgente também possui perfil no Facebook (@coletivadeteatroinsurgente · Produções teatrais) e no Instagram
(@coletivadeteatroinsurgente).
O Beijo no Asfalto
Não foi o primeiro beijo? Não foi a primeira vez? Arandir beija o homem, mas seu ato é fotografado por Amado Ribeiro, um repórter policial sensacionalista. Ao presenciar um atropelamento, Arandir, um bancário recém-casado, tenta socorrer a vítima, mas o homem, quase morto, só tem tempo de realizar um último pedido: um beijo. A cena é flagrada por seu sogro Aprígio e por Amado Ribeiro que resolve tirar proveito do episódio através do maior jornal impresso da cidade. Com o destaque do caso, Arandir se isola, sofrendo com a descrença de todos à sua volta, e se vê coagido a um destino que não consegue modificar.
Uma obra política, atemporal e necessária principalmente pelo atual momento que atravessa nosso país. Abuso sexual, homofobia, intrigas, falta de ética da imprensa, corrupção da polícia e crise familiar são os ingredientes desta consagrada peça de Nelson Rodrigues adaptada para uma Feira de Santana, para uma Bahia, para um Brasil do século XXI.
Ascom
Foto Leyd Caldas